Não há de ser nada, mas relato:
Quando terminei de ler "A louca da casa", da Rosa Montero, fiquei com aquela sensação sou-amiga-da-autora e lá fui eu fuxicar um pouco mais no Google. Era 3 de janeiro e para minha surpresa o aniversário da escritora era exatamente no dia 3 de janeiro, junto com Edna, minha ex-analista e Lôu Caldeira, grande figura mítica carioca. Fiquei no clima de euforia mística, mandei mensagem na página do Facebook contando a coincidência. Ela curtiu. Aquela coisa.
Daí que outro dia falando sobre o Alejandro Jodorowsky com uma tchurminha boa e mais nova, ficamos cogitando qual seria o signo do mago. Enquanto pensava "peixes talvez... se bem que não, rola um aquário forte por ali", eu digitava no celular e para meu não tão grande espanto o aniversário dele era no mesmo dia em que estávamos: 17 de fevereiro.
Quando muitas coincidências acontecem eu costumo dizer "eu não me emociono", que é uma brincadeira, e meus amigos já até me imitam com essa frase bizola, mas obviamente no fundo no fundo estou completamente ouriçada. Como busco isso – a sincronia, a ligação telepática –, eu de fato já normalizo algumas situações que pessoas costumam ficar impressionadas e que para mim é apenas o cosmos atuando de maneira sábia.
Nunca esqueço o dia em que entrei no metrô, e como fazia tempo que não via minha mãe, pensei "vou dar uma ligada pra ela". E eis que minha mãe entra no mesmo vagão. Ela mesma disse "Estava pensado em você agora mesmo". Acontece, acontece.
Pois ontem dei uma pausa no livro que estou acabando "A elegância do ouriço", da Muriel Barbery. Presente da Bettina, uma fã querida. Estou empurrando ao máximo para chegar no fim, pois esse livro tem sido um grande amigo. Daí que recentemente fui a um sebo e achei um livro que li na infância e não lia há séculos. "Meu pé de laranja lima", do José Mauro de Vasconcelos. Céus, como chorei aos 9 anos lendo isso. Prantos. Aí nunca mais. Perdi o livro, devo ter emprestado, soube que teve uma novela, mas me recusei, e nunca mais, nunca mais. Até que num sebo em São Paulo achei melhor adquirir para um dia de nostalgia e lágrimas. E ontem, já madrugada, adiando o fim da elegância do ouriço, comecei a reler "Meu pé de laranja lima". Já na trigésima página me deu um chororô danado. No livro tinha uma dedicatória para dois irmãos que desistiram de viver antes dos 20 anos, chorei mais ainda. Fechei o livro e fiquei pensando se a vida do José Mauro foi aquilo tudo mesmo. Fui pesquisar. Está lá no Wikipédia a data de nascimento: 26 de fevereiro. Hoje, o dia em que comecei a reler.
Não há de ser nada, mas me serve para celebração. Quando encaixo a coincidência, confirmo. Era pra ser isso mesmo.
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